Por Sheyla Ferraz A era digital tem gerado muitos “efeitos colaterais” em milhares de pessoas e transformado as relações humanas. A aproximação com quem está longe e o distanciamento de quem está perto, a ilusão de uma vida perfeita e a necessidade de aprovação, são fatores determinantes para o mau funcionamento comportamental da sociedade contemporânea.

Segundo os dados da empresa de pesquisa GlobalWebIndex, o aumento de tempo no uso das redes sociais cresceu 60% nos últimos sete anos. No Brasil, de 2018 até 2019, o salto foi de 119 para 145 minutos por dia, liderando, portanto, o segundo lugar no tempo gasto com as mídias sociais. O uso demasiado das redes sociais desencadeia sérios problemas emocionais e psíquicos. A sociedade passou a carregar no bolso algo capaz de dominar suas vidas. A “vida perfeita” refletida em um retrato e em centenas e milhares de likes. O valor e a importância de um indivíduo validado a partir do número de engajamento e compartilhamento de seus posts. A falsa felicidade, o peso da obrigação de estar sempre impecável, de expor os melhores ângulos e a frustração de olhar pra própria vida e achar que a sua história é uma ironia do destino. Além da perda de tempo e ociosidade, da improdutividade e procrastinação.

A sociedade moderna precisa do detox digital para se desintoxicar das lesões causadas pela má administração das redes sociais, dar vazão que damos a ela. Lesões estas, capazes de tornar nossas relações mais líquidas, frágeis e rasas.

Fonte: EBC (Empresa Brasileira de Comunicação)